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A CANTAR

Depois de alguns meses
JOÃO ÂNGELO VOLTA A CANTAR

Textos e Fotos: Avelino Teixeira
Adiaspora.com

 

Depois de alguns meses afastado dos coretos da Terceira, João Ângelo voltou a cantar, no dia 24 de Junho, dia do seu 75º aniversário, no Pezinho das Sanjoaninas. Esteve convidado para a cantoria do dia 20, também das festas da cidade, que se realizou no Jardim Público da Terceira, mas a tosse forte que o atacou fez cancelar a sua presença.
Os meses de interregno ficaram a dever-se, em primeiro lugar, à operação a que foi submetido em Dezembro, e, em segundo, à morte da única irmã que tinha, mãe da, também, única sobrinha que tem.

No Pezinho, participaram sete cantadores: Mota, Eliseu, José Fernando, Maria Clara, Hélder, Retornado e João Ângelo. Começou junto da Câmara Municipal, na Praça Velha, depois caminhou pela Rua Direita até ao Sport Clube Angrense, subiu a Rua de São João e cantaram ao Santo das Festas, seguindo-se a Sé Catedral dos Açores, o Sport Clube Lusitânia, e terminou em frente do Secretariado das Festas. Em todos os lugares, e de todos os cantadores saíram cantigas dignas de registo. Das doze que cada um improvisou ficam aqui algumas.
António Mota, junto da Câmara, sua entidade patronal, disse para a Andreia Cardoso, a presidente:

Esta Câmara é tão bela
Revestiu-se de linda cor
Quem olhar p’rà porta dela
Vê a mais bonita flor.

João Ângelo, ainda junto da Câmara, terminou com esta quadra, aludindo às brasileiras e ao negócio dos chineses:

As senhoras são mais melgueiras
Tem sempre mais delicadezas
De noite temos as Brasileiras
E de dia as Chinesas.

O Eliseu, também funcionário do quadro da Câmara, com a categoria de Engenheiro do Ambiente, disse na Rua de São João, junto do Angrense, referindo ao Luís Gonçalves:

O Angrense actualmente
Honra todas as condições
E tem um presidente
Que fica lindo de calções.

José Fernando, tesoureiro do Município Praiense, cantou junto da imagem de São João, no canto da mesma Rua, e disse:

São João ao nascer
Era filho de Zacarias
Para depois de morrer
Ser santo nos nossos dias.

E João Ângelo, como os outros, aludiu à fraca beleza da imagem:

Eu por acaso nasci
Na data de São João
Mas quando olho p’ra ti
Tenho dó dessa posição.

O Retornado, ainda junto de São João, não deixou de criar as rimas de sentido profundo, como ele sabe fazer:

Isabel deu-te à luz
Que era prima da virgem mãe
Se és primo de Jesus
És nosso primo também.

Junto da Sé Catedral dos Açores, foram improvisadas quadras de fino recorte, que não podem ser todas aqui inseridas. Maria Clara, com a sua juventude cheia de futuro, disse:

Como esta não há igual
Onde param os oradores
Pois é Sé Catedral
Das nove ilhas dos Açores.

O Hélder também não deixou os seus créditos por mãos alheias e enalteceu a Catedral:

Ó santa igreja da Sé
A quem canto em pormenor
Enquanto houver alguém com fé
Tu serás sempre a maior.

José Fernando, referido a São João e São Salvador, disse:

Agora dizer me resta
Uma coisa que é verdade
São João vigia a festa
São salvador a cidade.

O Retornado improvisou:

Rezem comigo neste segundo
Minhas senhoras meus senhores
Pedindo ao Salvador do mundo
Rogai por nós pecadores.

E João Ângelo rematou, que nem sempre se faz o que se diz:

Há palavras apreciadas
Nesta fiada seguida
Que depois não são usadas
Nos dias da nossa vida.

Já junto da sede do Lusitânia, e antiga casa de D. Violante do Canto, a Música que acompanhava o Pezinho tocou os “Parabéns a Você”, para os 75 anos de João Ângelo.
Maria Clara soube enaltecer o grande Clube da Rua da Sé, que esteve quase a fechar portas:

Canto a campeões bem posso ver
Com rimas de tal tamanho
Se forem dos que sabem perder
Já têm o vosso jogo ganho.

E o Retornado concluiu:

Ele já tem seiva na planta
Pois nem tudo está perdido
Porque quem cai e se levanta
Não conta o ter caído.

O Pezinho terminou do lado contrário da Rua, a cantar ao Secretariado das Festas Sanjoaninas de 2010. Seguem-se as quadras de Mota, Eliseu, Maria Clara e Hélder, respectivamente:

Letícia das mentes finas
Não encontras obstáculo
Até agora as Sanjoaninas
Estão que é um espectáculo.

Tens dado passos seguros
Esses são o teu abono
E esses óculos escuros
Encobrem olhos de sono.

Aqui ao entrar qualquer humano
Sabe que tem trabalho profundo
Mas conseguiram este ano
Fazer d’Angra Jóia do Mundo.

Tu tens mostrado que és capaz
De montar toda esta cena
Depois tu vais olhar p’a trás
E pensar que valeu a pena.

 

(*) Autor do livro “João Ângelo – O Mestre das Cantorias”, e outros.

 

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